sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Devaneios: Cigarret

Quando encosto filtro na boca, em busca de algum conforto ou coisa assim, não passa de uma breve ilusão de que a fumaça e cada um dos milhares componentes químicos trará devolta meu ânimo, eis o mistério e a resposta após a primeira baforada: Não quero resolver nada, jogo carbono em meus pulmões porque não quero me sentir melhor, quero algo que esteja à medida dos meus sentimentos, algo sujo, ruim, que me faça mal e saia de mim o mais rápido possível, que não dure nem um minuto, mas o suficiente para eu sorrir, num agouro abafado em gosto de menta ou canela nada disso importa, quero apenas aquela sensação momentânea um misto de prazer e gosto ruim, afinal de contas como dizia um manifesto cordialista, "Você não quer ganhar o jogo. Você quer quebrar o tabuleiro".